...
Por Daniela Santiago
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi oficialmente instituído pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data alude à morte de Zumbi – pernambucano que nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade. Mais tarde, ele voltaria para sua terra natal, tornando-se líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695, firmando seu nome na historiografia brasileira como símbolo de luta, resistência e inspiração para o movimento negro.
Além de celebrar a população negra e o impacto da cultura africana na construção da identidade brasileira, o dia 20 de novembro traz luz a figuras centrais para a história do Brasil, que nem sempre constam nos livros escolares.
Ademais de nomes mundialmente conhecidos como Martin Luther King Jr., Malcom X e Nelson Mandela, o movimento negro brasileiro também possui protagonistas históricos, cuja resistência deve ser lembrada. O CFT elencou os principais deles:
Luiz Gama: nascido em 1830, em Salvador, aprendeu a ler e escrever aos 17 anos com um estudante de direito. Gama reivindicou sua liberdade ao seu proprietário, afinal, nascera livre. Alforriado, Luiz Gama estudou Direito como autodidata para defender escravos, criando uma nova forma de ativismo abolicionista: entrava com ações na Justiça para a libertação de escravos. Calcula-se que tenha conseguido a liberdade de cerca de 500 pessoas. Figura central do movimento abolicionista, só foi reconhecido como advogado 133 anos após sua morte.
Maria Firmina dos Reis: A maranhense Maria Firmina (1825-1917) era negra e livre, “filha bastarda”, mas formou-se professora e publicou, em 1859, o que é considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil, Úrsula. O livro conta a história de personagens negros que questionam o sistema escravocrata. Maria Firmina é reconhecida pela historiografia como a primeira escritora abolicionista.
André Rebouças: Nascido na Bahia, em 1838, em uma família negra livre, Rebouças estudou engenharia e foi responsável por diversas obras de engenharia importantes no país, como a estrada de ferro que liga Curitiba ao porto de Paranaguá. A Avenida Rebouças, em São Paulo, é uma homenagem a André e a seu irmão, o também engenheiro, Antonio. As ideias de Rebouças incluíam não apenas o fim da escravidão. Ele propunha que os negros libertos tivessem acesso à terra e a direitos, para serem integrados, não marginalizados. “É preciso dar terra ao negro. A escravidão é um crime. O latifúndio é uma atrocidade”, proclamava Rebouças.
Machado de Assis: Filho de um mulato pintor de paredes e de uma imigrante portuguesa que trabalhava como lavadeira, Machado de Assis nasceu em 1839, no Rio de Janeiro. A escravidão foi abolida somente 49 anos após o seu nascimento. Devido ao preconceito racial, teve pouco acesso ao ensino e se tornou autodidata. No seu primeiro trabalho, em uma padaria, aprendeu com a patroa a ler e traduzir em francês. Machado de Assis só se tornou um escritor conhecido a partir de 1872, com a publicação do romance Ressurreição. Foi eleito o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e seu livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, é uma das obras mais importantes do mundo.
Carolina de Jesus: Nascida em 1914, em Sacramento, Minas Gerais, Carolina era de família pobre, cursou somente os primeiros anos do primário, e se mudou para São Paulo em 1937, onde trabalhou como empregada doméstica e catadora de papel. Nessa época, ela escreveu diários onde relatava seu cotidiano como moradora da favela do Canindé.
Em 1958, ao fazer uma reportagem no Canindé, um jornalista conheceu Carolina e leu seus 35 diários. Dois anos depois, ele publicou um dos diários com o título de Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. A obra teve êxito internacional, vendeu mais de 100 mil exemplares em 40 países e foi traduzida em 13 línguas.
Milton Santos: filho de dois professores primários, Santos nasceu em 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúbas, na Bahia. Santos foi o precursor da pesquisa geográfica na Bahia e, na década de 90, tornou-se o único pesquisador brasileiro a ganhar o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel da Geografia. Milton Santos recebeu vinte títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da América Latina e da Europa, publicou mais de 40 livros e mais de 300 artigos científicos.
Últimas notícias
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi oficialmente instituído pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data alude à morte de Zumbi – pernambucano que nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade. Mais tarde, ele voltaria para sua terra natal, tornando-se líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695, firmando seu nome na historiografia brasileira como símbolo de luta, resistência e inspiração para o movimento negro.
Além de celebrar a população negra e o impacto da cultura africana na construção da identidade brasileira, o dia 20 de novembro traz luz a figuras centrais para a história do Brasil, que nem sempre constam nos livros escolares.
Ademais de nomes mundialmente conhecidos como Martin Luther King Jr., Malcom X e Nelson Mandela, o movimento negro brasileiro também possui protagonistas históricos, cuja resistência deve ser lembrada. O CFT elencou os principais deles:
Luiz Gama: nascido em 1830, em Salvador, aprendeu a ler e escrever aos 17 anos com um estudante de direito. Gama reivindicou sua liberdade ao seu proprietário, afinal, nascera livre. Alforriado, Luiz Gama estudou Direito como autodidata para defender escravos, criando uma nova forma de ativismo abolicionista: entrava com ações na Justiça para a libertação de escravos. Calcula-se que tenha conseguido a liberdade de cerca de 500 pessoas. Figura central do movimento abolicionista, só foi reconhecido como advogado 133 anos após sua morte.
Maria Firmina dos Reis: A maranhense Maria Firmina (1825-1917) era negra e livre, “filha bastarda”, mas formou-se professora e publicou, em 1859, o que é considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil, Úrsula. O livro conta a história de personagens negros que questionam o sistema escravocrata. Maria Firmina é reconhecida pela historiografia como a primeira escritora abolicionista.
André Rebouças: Nascido na Bahia, em 1838, em uma família negra livre, Rebouças estudou engenharia e foi responsável por diversas obras de engenharia importantes no país, como a estrada de ferro que liga Curitiba ao porto de Paranaguá. A Avenida Rebouças, em São Paulo, é uma homenagem a André e a seu irmão, o também engenheiro, Antonio. As ideias de Rebouças incluíam não apenas o fim da escravidão. Ele propunha que os negros libertos tivessem acesso à terra e a direitos, para serem integrados, não marginalizados. “É preciso dar terra ao negro. A escravidão é um crime. O latifúndio é uma atrocidade”, proclamava Rebouças.
Machado de Assis: Filho de um mulato pintor de paredes e de uma imigrante portuguesa que trabalhava como lavadeira, Machado de Assis nasceu em 1839, no Rio de Janeiro. A escravidão foi abolida somente 49 anos após o seu nascimento. Devido ao preconceito racial, teve pouco acesso ao ensino e se tornou autodidata. No seu primeiro trabalho, em uma padaria, aprendeu com a patroa a ler e traduzir em francês. Machado de Assis só se tornou um escritor conhecido a partir de 1872, com a publicação do romance Ressurreição. Foi eleito o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e seu livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, é uma das obras mais importantes do mundo.
Carolina de Jesus: Nascida em 1914, em Sacramento, Minas Gerais, Carolina era de família pobre, cursou somente os primeiros anos do primário, e se mudou para São Paulo em 1937, onde trabalhou como empregada doméstica e catadora de papel. Nessa época, ela escreveu diários onde relatava seu cotidiano como moradora da favela do Canindé.
Em 1958, ao fazer uma reportagem no Canindé, um jornalista conheceu Carolina e leu seus 35 diários. Dois anos depois, ele publicou um dos diários com o título de Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. A obra teve êxito internacional, vendeu mais de 100 mil exemplares em 40 países e foi traduzida em 13 línguas.
Milton Santos: filho de dois professores primários, Santos nasceu em 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúbas, na Bahia. Santos foi o precursor da pesquisa geográfica na Bahia e, na década de 90, tornou-se o único pesquisador brasileiro a ganhar o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel da Geografia. Milton Santos recebeu vinte títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da América Latina e da Europa, publicou mais de 40 livros e mais de 300 artigos científicos.
Os cookies necessários são absolutamente essenciais para o funcionamento adequado do site. Esses cookies garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site, de forma anônima.
Cookie | Duration | Description |
---|---|---|
cookielawinfo-checbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |
Os cookies funcionais ajudam a realizar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.
Os cookies de desempenho são usados para compreender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a fornecer uma melhor experiência do usuário aos visitantes.
Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre as métricas do número de visitantes, taxa de rejeição, origem do tráfego, etc.
Outros cookies não categorizados são aqueles que estão sendo analisados e não foram classificados em uma categoria ainda.