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Os anos sessenta caracterizaram um período de desvalorização dos técnicos industriais brasileiros, que eram vistos como meros assistentes de engenheiros. Apoiado pelas escolas técnicas, um grupo de técnicos teve a ideia de dar início a uma grande mobilização pela regulamentação profissional e criação do conselho próprio dos técnicos e técnicas – disseminando uma ideia para beneficiar as gerações futuras, os milhares de jovens formados nas mais diversas modalidades. A discriminação e hostilidade contra os técnicos continuaram e em contraponto, o movimento ganhava mais força. Liderados por Wilson Wanderlei Vieira, técnico em edificações e atual Presidente do CFT, em 18 de agosto de 1979, os técnicos paulistas realizaram a assembleia de fundação da ATESP – Associação Profissional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo.
Entre as pautas defendidas pela associação estavam a regulamentação profissional, a transformação das associações em sindicatos e a representatividade no Sistema CONFEA/CREA; reavivando a ideia da década anterior para que a categoria tivesse um conselho próprio para a fiscalização de suas atividades profissionais.
Em janeiro de 1980, a ATESP realizou o 1º Encontro Nacional dos Técnicos Industriais em São Paulo, que visava debater e elaborar o anteprojeto de regulamentação da Lei nº 5.524/1968, bem como a criação do conselho próprio. A minuta da regulamentação profissional foi entregue pessoalmente ao presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo em audiência realizada em 17 de abril de 1980, agendada pelo senador Jarbas Passarinho. Na ocasião também foi abordada a criação do conselho próprio. A reunião com o Presidente Figueiredo compõe um marcante capítulo desta cronologia, cuja data também é celebrada até hoje.
Outro acontecimento de destaque na história da ATESP deu-se em março de 1982, quando com grande cobertura da imprensa, mais de 2 mil técnicos reuniram-se na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo – SP durante o 1º Congresso dos Técnicos realizado pela ATESP com o propósito de angariar apoio para o movimento pela regulamentação profissional, assim como a criação do conselho próprio.
Após audiência e a promessa de apoio do ministro da Educação e Cultura, Rubem Carlos Ludwig, na qual participaram ATESP, APTO, ATERGS – Associação Profissional dos Técnicos Industriais do Rio Grande do Sul e ATESC – Associação dos Técnicos Industriais de Santa Catarina, finalmente, no dia 6 de fevereiro o Presidente Figueiredo assinou o Decreto nº 90.922/1985 que regulamentando a Lei nº 5.524, de 5 de novembro de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de Técnico Industrial.
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